Estudo mostra como elas são prejudicadas por problemas que as levam a perder dias de trabalho e até a abandonar o emprego. O climatério, fase que vai da transição do período reprodutivo até o não reprodutivo, vem acompanhado de uma série de sintomas que, como escrevi em meu último livro, “Menopausa: o momento de fazer as escolhas certas para o resto da sua vida”, podem ter um impacto severo na qualidade de vida das mulheres – e isso não se resume a questões físicas.
Menopausa: pesquisa estima que os problemas resultantes dos sintomas adversos representam um custo de US$ 1.8 bilhão por ano para a força de trabalho feminina
Mariza Tavares
Pesquisa publicada no fim de abril pela Mayo Clinic estima que os problemas representam um custo de US$ 1,8 bilhão (mais de R$ 9 bi) por ano para a mão de obra feminina, somente nos Estados Unidos.
Trata-se do maior estudo já feito nos EUA, reunindo cerca de 4.400 mulheres, entre 45 e 60 anos, que recebiam atendimento primário em quatro unidades da Mayo Clinic, entre março e junho de 2021. Desse contingente, 13.4% relataram pelo menos um contratempo relacionado aos sintomas da perimenopausa ou pós-menopausa capaz de afetar seu trabalho, o que incluía faltar uma média de três dias nos últimos 12 meses.
Ondas de calor, suores noturnos, dor de cabeça, oscilações de humor, insônia, ansiedade, irritabilidade. A lista de sintomas é longa e provoca o que a pesquisa chama de “resultados adversos no ambiente profissional”. Uma pequena parcela apresentou um quadro tão debilitante que deixou o emprego ou foi demitida.
Em entrevista ao jornal “The New York Times”, a médica Ekta Kapoor, coautora do estudo, afirmou que o tema menopausa continua sendo um tabu, principalmente no mundo corporativo: “ouvi de mulheres que elas não queriam ser vistas como funcionárias que estavam sempre se queixando. Também acontecia de, quando alguma delas abordava o assunto, recebia uma péssima acolhida, o equivalente ao interlocutor revirar os olhos”. Na opinião da médica, o valor de US$ 1.8 bilhão é subestimado, porque as participantes eram, em sua maioria, brancas, instruídas e com acesso a plano de saúde.

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