Sexo e amor: saiba quais livros foram mostrados na abertura das Olimpíadas em trecho dedicado à liberdade
Literatura francesa foi homenageada em cena protagonizada por três jovens que flertam em uma biblioteca. Cena em que o livro “Romance sans parole”, de Verlaine, é exibido na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris 2024.
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A literatura francesa ganhou destaque na cerimônia de abertura das Olimpíadas de Paris: nove obras com temáticas direta ou indiretamente ligadas ao amor e ao sexo foram exibidas em uma cena protagonizada por três jovens.
Veja a lista dos livros e clique para ir até a explicação de cada um:
“Romance sem Palavras”, de Paul Verlaine
“Com o amor não se brinca”, de Alfred de Musset
“Paixão Simples”, de Annie Ernaux
“Caro Amigo”, de Guy de Maupassant
“Sexo e mentiras”, de Leïla Slimani
“O diabo no corpo”, de Raymond Radiguet
“As Relações Perigosas”, de Choderlos de Laclos
“Os Amantes Magníficos”, de Molière
“Triunfo do amor”, de Marivaux
Cena de flerte na abertura
A cerimônia de abertura dos jogos foi realizada pela primeira vez fora de um estádio. Em Paris, a apresentação de delegações e da cidade que recebe as competições foi baseada em uma transmissão que misturou cenas gravadas contando uma história e a transmissão de performances e desfiles que passaram por cartões-postais da cidade.
Dê um rolê pelos cartões-postais de Paris na cerimônia de abertura das Olimpíadas
Clássicos da literatura francesa serviram de base para o “capítulo” da abertura dedicado ao tema “liberdade”. Ideais como igualdade e fraternidade, entre outros, também foram abordados no show.
Trecho da abertura das Olimpíadas de Paris 2024 mostra livro Le Diabre au Corps, de Radiguet
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Na cena que integrou o bloco “liberdade”, três jovens flertam em uma biblioteca e a sequência termina sugerindo um encontro amoroso envolvendo o trio. Durante o flerte, os jovens estão lendo ou mostram livros com temática amorosa.
Veja abaixo quais são, segundo a ordem em que aparecem na transmissão:
1 – “Romance sem Palavras”, de Paul Verlaine
Quem é o autor: Paul Verlaine foi um escritor e poeta francês da segunda metade do século XIX. É considerado um importante representante do Simbolismo na literatura francesa.
Sinopse: O livro nasceu do romance vivido entre o autor Paul Verlaine e o poeta francês Arthur Rimbaud. A obra é definida com uma busca pelo silêncio após uma relação marcada por fugas, entrega a abandono. Enredo também trata sobre fidelidade e traição.
Curiosidade: Verlaine tentou matar Rimbaud com um tiro em 1873. Paul não conseguia suportar a perda do amor de seu companheiro e, em um ato de desespero, disparou contra Rimbaud.
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2 – “Com o amor não se brinca”, de Alfred de Musset
Quem é o autor: Alfred de Musset foi um poeta e dramaturgo francês do século XIX. Foi um dos expoentes do Romantismo francês, tendo uma contribuição fundamental para o teatro romântico do século XIX.
Sinopse: A obra, considerada uma das grandes peças clássicas do teatro francês, conta a história do jovem Percidan. A peça narra o retorno dele e de sua prima e irmã de criação, Camille, ao castelo do pai, que pretende casá-los. A obra aborda temas como orgulho, ciúme e desencontros amorosos.
Curiosidade: O autor estudou direito e medicina, não tendo concluído nenhum dos dois. A partir de 1828, com 18 anos, passou a frequentar casas de autores românticos como Victor Hugo e Charles Nodier.
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3 – “Paixão Simples”, de Annie Ernaux
Quem é o autora: Annie Ernaux, escritora francesa de 83 anos, é conhecida por seus romances sobre classe e gênero baseados em sua experiência pessoal. Escreve principalmente romances e memórias.
Sinopse: Um dos livros mais adorados pela crítica e pelo público, Paixão Simples, publicado pela primeira vez em 1992, fala sobre o estado de enamoramento absoluto que autora experimentou quando, já divorciada, viveu um relacionamento com um homem casado. A obra discorre sobre o afastamento da razão e a expectativa e agonia de ser correspondida.
Curiosidade: Escritora foi a vencedora do Prêmio Nobel de Literatura de 2022
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4 – “Caro Amigo”, de Guy de Maupassant
Quem é o autor: Guy de Maupassant pode ser considerado um bon-vivant nascido na frança de 1850, é tido como um dos maiores mestres do conto francês.
Sinopse: O livro conta a história de Georges Duroy, um ex-soldado bastante ambicioso que usa seu charme para ascender na sociedade parisiense dos anos 1870. Ele conquista várias mulheres poderosas, usando-as para ganhar status e riqueza. Repleta de escândalos e intrigas políticas, a história é marcada pelo humor ácido de Maupassant.
Curiosidade: Para escrever o livro, Maupassant se inspirou em sua própria experiência de vida em Paris durante a belle époque, o período que precedeu a Primeira Guerra Mundial.
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5 – “Sexo e mentiras”, de Leïla Slimani
Quem é a autora: De origem marroquina, Slimani nasceu em 1981 em Rabat. Ela foi a primeira mulher marroquina a ganhar o prémio literário mais prestigiado de França, o Prix Goncourt.
Sinopse: A obra revela a vida íntima de jovens mulheres marroquinas em uma sociedade árabe conservadora onde o sexo é tabu. No Marrocos, relações sexuais fora do casamento, assim como a homossexualidade e a prostituição, são punidas por lei. O livro mostra a luta dessas mulheres e faz um forte pedido por liberdade.
Curiosidade: Após o sucesso de “Adèle”, seu livro anterior, Slimani recebeu relatos de muitas mulheres marroquinas sobre suas dificuldades sexuais. Isso que a a inspirou a escrever “Sexe et Mensonges”. Ela também foi a primeira mulher marroquina a ganhar o prémio literário mais prestigiado de França, o Prix Goncourt.
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6 – “O diabo no corpo”, de Raymond Radiguet
Quem é o autor: Romancista e poeta francês, Raymond Radiguet ficou muito famoso por escrever esse clássico de forma tão precoce.
Sinopse: Publicado em 1923, este romance retrata a vida de um adolescente de 16 anos que se envolve com a esposa de um soldado na Primeira Guerra Mundial. Eles se encontram em segredo em Paris e em locais próximos da Cidade Luz.
Curiosidade: O livro foi escrito por Radiguet aos 17 anos e ficou famoso por sua descrição intensa da paixão e traição e pelo fato do autor ter morrido jovem, aos 20 anos.
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7 – “As Relações Perigosas”, de Choderlos de Laclos
Quem é o autor: Pierre Choderlos de Laclos, nascido em 1941, foi um general do exército francês que ficou famoso mundialmente pelo romance lançado em 1782.
Sinopse: A história recheada de sedução, ciúmes e vingança, narra que, durante meses, um grupo peculiar da nobreza francesa troca cartas secretamente. No centro da intriga está o libertino visconde de Valmont, que tenta conquistar a presidenta de Tourvel, e a dissimulada marquesa de Merteuil, suposta confidente da jovem Cécile, a quem ela tenta convencer a se entregar a outro homem antes de se casar.
Curiosidade: O livro foi um fenômeno de vendas e chegou a ter 20 edições esgotadas no primeiro após a publicação. Inspirou muitas adaptações para o teatro e para o cinema. Uma delas, de 1988, foi chamada de “Ligações Perigosas” e teve estrelas como Jeanne Moreau, Glenn Close, Uma Thurman e John Malkovich no elenco.
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8 – “Os Amantes Magníficos”, de Molière
Quem é o autor: Jean-Baptiste Poquelin “Molière” foi um dramaturgo, ator e encenador francês que viveu no século 17. Considerado um mestre da comédia satírica, Molière costumava usar suas obras para criticar os costumes da sociedade francesa da época.
Sinopse: A peça narra a história de dois príncipes rivais, que oferecem todo o tipo de galanterias a uma jovem princesa e à sua mãe.
Curiosidade: “Os Amantes Magníficos” é originalmente uma peça de teatro escrita a pedido do rei Luís XIV, que sugeriu o tema ao autor.
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Livro exibido na abertura das Olimpíadas de Paris
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9 – O triunfo do amor, de Pierre de Marivaux
Quem é o autor: Pierre de Marivaux foi um dramaturgo e romancista francês que viveu no século 18. Ele é considerado um dos dramaturgos franceses mais importantes do século XVIII, e “O Triunfo do Amor” é uma de suas obras mais importantes.
Sinopse: A peça de teatro em três atos conta a história da princesa Leonide, que ocupa o trono que foi usurpado por seu pai do antigo monarca. Ironicamente, a princesa se apaixona pelo jovem Agis, que descobre depois ser o legítimo herdeiro ao trono. Leonide, então, se disfarça de homem e se infiltra na casa onde vive o jovem, na esperança de conquistar seu amor e devolvê-lo ao trono.
Curiosidade: A princípio, peça foi mal recebida pelos críticos e causou polêmica. A história de uma princesa tentando um jovem (além de duas pessoas mais velhas de ambos os sexos ao longo da narrativa) não foi bem aceita e a produção foi encerrada após apenas seis apresentações.
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Cerimônia de Abertura, Olimpíadas de Paris 2024, 26 de julho