O bebê prematuro que teve ‘sorte’ de nascer em avião com médico e enfermeiras de UTI neonatal

Lavinia “Lavi” Mounga estava em um voo de Salt Lake City, nos EUA, para o Havaí, quando entrou em trabalho de parto. Lavinia “Lavi” Mounga, seu bebê Raymond e o médico Dale Glenn
Carissa Glenn
Um bebê que já nasceu com a sorte grande. Lavinia “Lavi” Mounga estava em um voo de Salt Lake City, nos EUA, para o Havaí, quando entrou em trabalho de parto.
Para a sorte dela e de seu bebê, havia três enfermeiras de unidade de terapia intensiva neonatal estavam no avião, além de um médico de família. Raymond, seu bebê, nasceu com apenas 29 semanas, e ainda restava três horas de voo.
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“Cheguei no banheiro e lá estava Lavi segurando o bebê. Ela tinha dado à luz provavelmente um ou dois segundos antes”, conta a enfermeira Lani Bamfield ao Newshour, programa de rádio de notícias da BBC. Ela viu que o bebê era muito pequeno. Imediatamente, diz, começou a agir.
“Comecei a fazer estímulos nele com um cobertor, para tentar fazê-lo chorar e respirar fundo. Também o sequei, porque o controle de temperatura é muito importante.”
As enfermeiras de UTI neonatal que cuidaram de Lavi e Raymond
Hawaii Pacific Health
Outra enfermeira, Amanda Beeding, cuidou da mãe, que ainda não havia parido a placenta. Além disso, um passageiro do voo lhe deu um cadarço, que ela usou para amarrar o cordão umbilical e cortá-lo. A equipe trabalhou no chão, em frente ao banheiro.
O grupo teve ajuda de mais uma enfermeira e de um médico de família, Dale Glenn. “Minha filha me disse: ‘pai, eles acabaram de pedir por um médico'”, lembra Glenn à BBC. Ele dirigiu-se ao banheiro do avião e viu a equipe de enfermeiras já trabalhando com o bebê, que pesava menos de 1,5 quilos. “Era muito prematuro.”
“O bebê Raymond não estava respirando muito bem e tentávamos ressuscitá-lo.” Os comissários de bordo forneceram equipamentos de oxigênio que a equipe usou, embora fossem muito grandes para um bebê tão pequeno.
A equipe também improvisou para avaliar seus batimentos cardíacos, usando um relógio de pulso para medi-los.
Depois de quase três horas trabalhando sem parar no bebê e na mãe, o avião pousou. E foi aí que se ouviu, pela primeira vez, o choro do bebê.
Irmãs fizeram ‘vaquinha’ para custear gastos com hospital em Honolulu, já que Raymond deve ficar internado até fim de maio/junho
Hawaii Pacific Health
O caso viralizou com um vídeo gravado por uma das passageiras e publicado no TikTok. Ele mostra o capitão do avião anunciando que um bebê nasceu no avião e pedindo aplausos para a mãe – os passageiros respondem com palmas e gritos para celebrar o nascimento de Raymond.
Quando o avião pousa, uma equipe médica entra para buscar Lavi e Raymond. É possível ouvir seu choro.
As irmãs de Lavi fizeram uma vaquinha online para levantar dinheiro e cobrir gastos da hospitalização de Raymond que, segundo elas, ficará internado até o fim de maio/junho. “Nós estávamos no avião quando Lavi deu à luz. Nosso sobrinho milagroso nasceu com 29 semanas e foi muito forte”, escreveram no site da campanha.
O médico e as enfermeiras de UTI neonatal improvisaram para cuidar do bebê no voo: usaram um cadarço para cortar o cordão umbilical e um relógio de pulso para medir os batimentos do bebê
Hawaii Pacific Health
“Nossa irmã não sabia que estava grávida, então ela estava tão chocada quanto a gente quando nosso sobrinho nasceu. Ele está na UTI neonatal se fortalecendo mais a cada dia que passa.”
Segundo o jornal The Guardian, as enfermeiras visitaram Lavi e o bebê no hospital em Honolulu e disseram que foi um reencontro “emotivo”.
“Ficamos com lágrimas nos olhos. Ela nos chamou de família e disse que somos todas suas tias”, disse ao jornal a terceira enfermeira que cuidou de Lavi e Raymond, Mimi Ho.

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