Saiba quais são os sinais de que o útero não está bem
É fundamental que mulheres fiquem atentas ao próprio corpo e procurem ajuda médica sempre que perceberem algo fora do padrão. Dor na relação sexual e secreções vaginais anormais são sinais de que o útero não está bem.
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Nem sempre é fácil perceber que algo está errado com a saúde do útero. Alguns dos problemas que afetam o órgão são silenciosos e muitos apresentam sintomas inespecíficos – ou seja, que podem indicar diversas outras patologias. Além disso, é bastante comum que as mulheres considerem esses desconfortos normais.
“Vejo muitas pacientes que acham normais situações como sangrar durante 10 dias ou ter muita cólica, principalmente porque conviveu com esses sintomas a vida inteira. É preciso quebrar algumas crenças equivocadas sobre isso”, alerta o ginecologista Marcos Messina, do Hospital das Clínicas de São Paulo.
A recomendação, portanto, é consultar anualmente um ginecologista, ficar sempre atenta a qualquer alteração no corpo e procurar um médico quando perceber algo estranho. Veja algumas situações que merecem atenção:
Secreções vaginais anormais: Não ignore secreções com sangue, que tenham odor ou que sejam purulentas. “Elas podem significar uma infecção vaginal ou uma infecção uterina”, diz Helga Marquesini, ginecologista do Centro de Medicina Sexual do Hospital Sírio-Libanês.
Dor no baixo ventre: Há muitos problemas que podem afetar a pelve e causam dor – a infecção urinária é uma delas. Mas a causa também pode ser uterina.
Dor na relação sexual: Não é normal sentir dor durante o sexo. Isso pode significar, entre outras patologias, que o útero está com algum problema.
Infertilidade: A dificuldade para engravidar pode indicar endometriose ou uma infecção por clamídia, por exemplo.
Sangramentos: Sangrar fora do período menstrual deve ser sinal de alerta. Mesmo durante a menstruação, se o volume for muito grande, também se recomenda procurar um médico. “Se a mulher percebe que seu padrão de menstruação está mudando, pode significar algo. Há questões hormonais que também interferem nesse sentido, mas fica como alerta”, recomenda Helga.
Aumento do volume abdominal: Pode ser um inchaço um pouco mais leve, que pareça um problema no intestino, um pequeno volume no pé da barriga ou mesmo um aumento mais significativo. “Há casos em que a mulher parece grávida, mas é um mioma, um tumor benigno”, descreve Messina.
Principais doenças que afetam o órgão
Há diversas patologias que podem atingir o colo do útero (parte mais baixa, que tem contato com a vagina) e o corpo do útero (parte mais alta). Conheça algumas:
Endometriose: Ocorre quando o endométrio, tecido que reveste o útero e deve ser eliminado a cada menstruação, acaba indo para fora da cavidade uterina. O problema pode causar sintomas como dores pélvicas na menstruação ou mesmo fora dela, cólicas fortes, sangramento na urina ou nas fezes e infertilidade. O tratamento pode envolver desde o uso de hormônios até a realização de cirurgias.
Cervicites: São infecções que atingem o colo do útero, causadas normalmente por doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia e clamídia. Elas podem ser assintomáticas ou apresentar quadros como dor e alteração na secreção vaginal. Normalmente, o tratamento é feito por meio de antibióticos.
Mioma: É um tumor normalmente benigno (só 0,1% dos casos são malignos) que pode causar dor, sangramento intenso e períodos menstruais prolongados. Há diversas formas de tratamento, que vão desde o uso de hormônios até cirurgia. Não há prevenção para o mioma: sabe-se que o problema afeta mais as mulheres negras e que tem um fator hereditário. A melhor forma de controlar é consultar regularmente o ginecologista e ficar atenta a qualquer alteração no corpo.
Infecção por HPV e câncer do colo do útero: O contato com o papilomavírus (HPV) pode gerar lesões e até evoluir para o câncer no colo do útero. Se diagnosticado precocemente, há excelentes chances de cura. Porém, se o problema está mais avançado, podem ser necessários tratamentos como quimioterapia, radioterapia e cirurgia para remoção do útero ou mesmo de outros órgãos que tenham sido afetados.
Atualmente, a melhor forma de prevenir a infecção por HPV é com a vacina, que entrou em 2014 no calendário brasileiro. Meninas de 9 a 15 anos e meninos de 11 a 14 anos devem tomar duas doses, com intervalo de seis meses entre cada uma. Além disso, mulheres dos 25 aos 64 anos devem fazer regularmente o exame Papanicolau, que detecta possíveis infecções pelo vírus.
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