Como funcionam os airbags de moto? Veja equipamentos, preços e um modelo com a tecnologia

São raras as bolsas infláveis instaladas nas motocicletas, mas as jaquetas com airbag estão cada vez mais presentes nos portfólios das fabricantes. Honda Gold Wing é o único modelo da marca a vir com a tecnologia. Preço inicial: R$ 304 mil
Divulgação | Honda
Quando se anda de moto, é comum ouvir alguém dizer: “o para-choque é você”. Mas pilotar uma moto já foi muito mais perigoso do que hoje, sobretudo quando se fala de tecnologias que ajudam a mitigar acidentes.
Freios com ABS, controle de tração, pneus com mais aderência e controle de estabilidade são algumas das tecnologias que as motos passaram a carregar para deixá-las mais fáceis de pilotar e consequentemente mais seguras.
Mas há uma tecnologia que pode influenciar ainda mais a segurança dos motociclistas: o airbag. Confira abaixo onde encontrar esse item de segurança que, apesar de pouco acessível, pode salvar vidas.
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Moto com airbag
Airbag da Gold Wing é ancorado para maior proteção do motociclista
Divulgação | Honda
Lançada em 2006, a Honda GL 1800 Gold Wing foi a primeira motocicleta a vir equipada com uma bolsa inflável para proteger o motociclista em casos de colisões frontais.
A atual geração da motocicleta ainda carrega a tecnologia, mas é raro encontrar uma Goldwing pelas ruas brasileiras. Pudera, a motocicleta custa a partir de R$ 304 mil e apenas 33 unidades foram comercializadas de janeiro a setembro de 2024.
Ou seja, é uma moto rara e cara, o que torna a popularização do airbag em motocicletas algo que só a Honda teve coragem de apostar até agora.
Airbag fica localizado abaixo do teclado numérico
Divulgação | Honda
Contudo, segundo estudos da montadora, o airbag foi instalado para proteger os motociclistas no momento de mais necessidade, as batidas frontais.
“A moto com airbag nasceu por conta de uma pesquisa sobre os tipos de acidentes com mototuristas, que apontou as colisões frontais — seja com outros veículos ou contra objetos como postes e guardrails — como a ocorrência mais frequente, registrando 68% dos casos”, informou a fabricante.
Pelo fato de motociclistas não utilizarem cinto de segurança, foi preciso desenvolver uma bolsa muito maior do que a utilizada em carros. Em um impacto, é comum o motociclista ser arremessado do veículo, o que levou a Honda a projetar uma bolsa inflável de formato diferente.
Foi preciso ancorar o airbag com cintas para manter a bolsa no local ideal para o impacto.
Honda GL 1800 Gold Wing vem com airbag de série desde 2006
Divulgação | Honda
Jaquetas infláveis
Uma alternativa mais barata é a jaqueta equipada com airbags. No motociclismo profissional, como na MotoGP, há obrigatoriedade para que todos os pilotos tenham macacões com airbags.
As jaquetas infláveis possuem um airbag no meio de suas costuras, como a da Armor Airbag da Texx, que tem preço médio de R$ 2.600.
Para acionar o airbag, um cabo da jaqueta fica preso à moto. O motociclista precisa sempre lembrar de prender essa peça da jaqueta a algum ponto fixo da motocicleta para que o equipamento funcione corretamente.
Jaqueta com airbag tem cilindro de gás que pode ser substituído, diminuindo o custo de reparo
Divulgação | Texx
Em uma colisão, quando o motociclista é arremessado para longe da moto, esse cabo estica e ativa um cilindro de CO2 que fica acoplado à jaqueta para inflar a bolsa. É um acionamento puramente mecânico.
Após usá-lo, basta reposicionar o airbag novamente no local de armazenado na jaqueta e substituir o cilindro de CO2, que tem preço médio de R$ 300.
Colete inflável
O colete é uma solução mais barata para quem já tem jaqueta e não tem grana suficiente para trocar por uma nova com airbag. Ele é R$ 1 mil mais em conta que uma jaqueta com airbag, com preços gravitando na casa dos R$ 1.600.
Colete com airbag pode ser uma alternativa mais barata para garantir a proteção ao andar de moto
Divulgação | Texx
Segundo a fabricante, o colete é produzido em material verde fluorescente para chamar atenção nas vias. A troca do cilindro de 50g de CO2 ocorre na parte frontal do colete, local que pode ser acessado por um zíper.
Segundo a Texx, o airbag é acionado em 0,1 segundo, tempo superior ao da bolsa inflável dos carros, que eclodem em 0,003 segundo.
E existem coletes com tecnologias mais avançadas, como no caso dos coletes da Alpinestars Tech-Air, que custam quase R$ 8 mil.
Preços de coletes com airbag podem variar de R$ 1.600 a R$ 12 mil
Divulgação | Alpinestars
No caso desses produtos, o acionamento do airbag não ocorre de forma mecânica, mas com sensores e inteligência artificial.
De acordo com a fabricante, seus coletes possuem 12 sensores, entre acelerômetros e giroscópios que, junto com uma IA, monitoram os movimentos e determinam quando acionar o airbag no caso de um acidente.
Já a versão mais completa, que é utilizada pelos pilotos da MotoGP, também está disponível para compra e custa cerca de R$ 13 mil. O colete completo oferece proteção para ombros, peito, costas e quadril.
Para utilizá-lo sob qualquer macacão, é necessário que a peça tenha 4 cm de folga na circunferência do peito e 2 cm no quadril. Segundo a marca, “o espaço adicional para o peito e quadril é necessário para que o sistema infle por inteiro, em caso de colisão”.
Colete utilizado por pilotos da MotoGP tanbém está disponível para venda, mas por quase R$ 13 mil
Divulgação | Alpinestars
Coletes realmente ajudam a diminuir impactos?
De acordo com estudo da Alpinestars, a absorção de impacto durante o uso do airbag resulta em uma diminuição da força da batida em até 95% em comparação com uma jaqueta comum.
A Texx, fabricante do colete e da jaqueta Armor, afirmou que esses produtos não possuem testes realizados pelo Inmetro e justificou que “esses modelos não se enquadram na portaria necessária para a certificação. Normalmente, produtos descritos como EPI se enquadrariam nessa nomenclatura”.
Apesar da Lei 9.503, de 23 de setembro de 1997 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), estabelecer que os condutores de motocicletas, motonetas e ciclomotores devem utilizar equipamentos de proteção para circular pelas vias, segundo especificações do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), não há nenhuma descrição específica sobre como deveriam ser esses equipamentos.

Exceto pelo capacete com viseira ou óculos de proteção, o chamado “vestuário de proteção” não tem definição clara e objetiva.
Confira os itens descritos na legislação:
Capacete de segurança com viseira ou óculos protetores;
Vestuário de proteção;
Segurar o guidom com as duas mãos.
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