Elétrico não é um primor de potência, mas traz o que se espera: conforto. Seus destaques são itens de tecnologia, caso dos faróis com 61 LEDs, GPS com realidade aumentada e 16 alto-falantes. A Audi anunciou o lançamento do Q6 e-tron, SUV totalmente elétrico da marca. Ainda que custe mais de meio milhão de reais, o carro não é o mais caro da companhia. Sua promessa é encabeçar o ranking dos mais tecnológicos e completos.
No Brasil, o Q6 e-tron está disponível em duas versões:
Audi Q6 e-tron Performance: R$ 559.990;
Audi Q6 e-tron Performance Black: R$ 599.990.
As diferenças entre as duas versões estão na estética e roda. O Performance Black coloca para-choques esportivos, capa do espelho retrovisor na cor preta e frisos das janelas pintados de preto brilhante.
Por dentro, as soleiras das portas apresentam o logo S em alumínio e são iluminadas, bancos dianteiros esportivos têm inscrição S, pedaleiras são de aço inoxidável e o volante é aquecido, além de ter revestimento em couro perfurado com base e topo achatados.
As rodas passam do aro 20 para 21 no Performance Black.
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Audi Q6 e-tron por fora
Um carro para a família
O Q6 e-tron estreia uma plataforma chamada Premium Platform Electric (PPE), feita para carros premium do grupo Volkswagen, especialmente da Audi e Porsche. Entre os principais pontos, a plataforma tem arquitetura de 800V que permite recarga mais veloz para os veículos.
A bateria do Q6 e-tron tem capacidade para 100 kWh, que oferece 411 km de autonomia (conforme ciclo brasileiro). Ela pode ser recarregada de 10% para 80% em menos de 22 minutos — são cerca de 96 quilômetros de autonomia a cada quatro minutos no carregador rápido. Em carregamento comum, o tempo pode subir para cerca de 9 horas.
O SUV tem tração integral e feita por dois motores, sendo um em cada eixo e que oferecem 387 cv de potência e 54,5 kgfm de torque. Com este conjunto, a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 5,9 segundos, número comedido para tanta potência e que corrobora com o espírito de SUV feito para família, não um esportivo.
Audi Q6 e-tron
divulgação/Audi
Se a performance não é o foco, a tecnologia traz pontos interessantes. O primeiro deles é a iluminação externa, feita por 61 LEDs em cada farol, criando um desenho que pode ser personalizado na central multimídia.
Além de criar uma assinatura frontal, uma saudação quando o veículo é ligado também pode ser customizada.
Além de efeito puramente estético, ter os 61 LEDs permite que o farol apague algumas partes da iluminação. O objetivo é não iluminar carros na direção contrária, evitando ofuscar a visão dos outros motoristas, enquanto mantém visível todo o entorno da rodovia.
A personalização das luzes é feita pela central multimídia. Ela é uma das quatro telas disponíveis no novo Q6 e-tron e tem 14 polegadas. Outra, do painel de instrumentos, tem 11,9 polegadas. Há um terceiro display, à frente do passageiro, com 10,9 polegadas.
Outro toque de refino da tecnologia do Q6 e-tron é que a tela do passageiro pode ser escurecida para o ângulo do motorista, evitando que ele desvie a atenção da pista. É muito semelhante ao que é adotado em caixas eletrônicos no Brasil, que permite a correta visualização do conteúdo apenas para quem está exatamente a frente da tela.
Audi Q6 e-tron
divulgação/Audi Q6
O carro conta com um Head-up Display (HUD), que é considerada a quarta tela. Ela é uma projeção feita no para-brisa, na frente do motorista e vista só por ele. Nela, são exibidos dados como velocidade e indicações do GPS.
Este é um ponto de destaque, pois a projeção funciona em realidade aumentada. Isso significa que o sistema de navegação por GPS exibe indicações sobre nome das ruas, replica o número de faixas e as saídas de curvas, sobrepondo os exatos locais onde o motorista precisa virar.
Por fim, o Audi Q6 e-tron conta diversos recursos de assistência ao motorista, como sensores de estacionamento espalhados pelo carro, piloto automático adaptativo, manutenção do veículo no centro da faixa, freio de emergência e alertas para tráfego cruzado que inclui também as pessoas, não somente carros.
Como anda o Audi Q6 e-tron
O teste do g1 foi feito em uma pista, não na cidade. Mesmo assim, foram simuladas áreas com piso molhado, curvas fechadas e mudanças bruscas de aceleração. Em todos os momentos, o Audi Q6 e-tron conseguiu transmitir o esperado para um SUV médio: conforto.
A suspensão, mesmo quando ativado o modo mais esportivo, não era das mais duras. Os solavancos das mudanças do tipo de piso eram pouco ou nada perceptíveis.
Mesmo mais elevado do solo, o Audi não demonstrou ter dificuldades na hora das curvas mais acentuadas e em velocidade elevada. As retomadas foram velozes, típicas do que se espera de um carro elétrico — onde o torque é instantâneo, permitindo até mesmo que o veículo acelere mais que as motos na saída do semáforo.
Em conforto, os bancos entregam até massagem. Este ponto não é tão importante enquanto testamos o carro em movimento, mas pode ser um alívio em algum momento de descanso. Para essas horas, o SUV disponibiliza até dois jogos podem ser exibidos na tela de projeção do motorista.
Audi Q6 e-tron
divulgação/Audi
Outro ponto importante foi a mudança de vários ajustes e botões, que deixaram de estar na central do veículo e foram para o apoio do braço do motorista, na porta. Lá ficam controles de luzes, trava das portas e ajuste dos espelhos laterais.
Em pontos negativos, fica evidente que, mesmo em um veículo de tecnologia avançada, as montadoras ainda não acertaram os comandos de voz. O Audi Q6 e-tron aceita mais de 100 deles, mas não foi raro ver o sistema não compreendendo o que dissemos.
O tempo para tudo funcionar foi maior que o necessário, seja para subir os vidros, alterar a temperatura do ar condicionado, entre outros.
Outro ponto negativo fica na ausência de ventilação dos bancos. Um SUV de meio milhão de reais poderia contar com algo além de apenas aquecimento. Claro que se trata de um projeto global, mas em poucas cidades do Brasil se faria bom uso do recurso.
Ficha técnica do Audi Q6 e-tron

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