Neste domingo (10), alunos fizeram 45 questões de matemática e 45 questões de ciências da natureza. Caderno de questões foi entregue para candidatos que deixaram a prova nos 30 minutos finais do Enem
Érico Andrade/g1/Arquivo
A prova de matemática do Enem 2024 foi ‘longa, cansativa e difícil’ ou teve um nível normal? Segundo avaliação da maioria dos professores ouvidos pelo g1, a prova seguiu o padrão do exame: foi equilibrada, com um nível de dificuldade que deve favorecer os alunos que têm domínio sobre temas básicos e intermediários.
Abaixo, veja opiniões de professores que realizaram a prova de matemática e saiba como eles analisam a prova:
“Nada muito diferente”
O professor Thiago Galrao, do Colégio e Curso AZ, avalia que a prova teve muita matemática básica e questões cujos conceitos necessários para resolução o aluno começou a aprender ainda no ensino fundamental.
“Aluno que estudou baseado em provas antigas deve ter se dado muito bem, não tinha nada muito diferente do que o Enem já cobrou”, Thiago Galrao, do Colégio e Curso AZ.
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Prova segue tendência
Para João Eduardo Pinhata, gerente de Avaliações do SAS, a prova de matemática teve muitos itens com contexto de matemática financeira (como porcentagem e juros), muitas questões de geometria plana e espacial, com destaque para planificação e rotação de figuras planas. Além disso, muita análise de gráfico e questões de probabilidade.
“Não se diferenciou muito do observado nos últimos anos. Aluno que se preparou respondendo provas dos Enem anteriores com certeza estava preparado para a prova. No âmbito geral, foi uma prova com textos com tamanho padrão, não houve destaque para quantidade de textos muito longos. (…) A questão mais difícil é uma de probabilidade que pedia para ele calcular a probabilidade envolvendo a situação problema de tempo no trânsito”, avalia Joyce Sousa, especialista em avaliações do SAS.
Equilibrada
Para Sérgio Ghiu, especialista do Sistema Ph, os destaques temáticos foram:
Aritmética Básica e Identificação de Valores: “Houve uma ênfase em questões que envolvem operações fundamentais e interpretação de valores numéricos. Esses itens se destacaram como os mais acessíveis, proporcionando ao aluno um respiro em meio a temas mais complexos”, avalia Ghiu.
Funções e Progressões: “Foram cobradas funções do primeiro e segundo graus, exponenciais e logaritmos. A questão de exponenciais, em particular, apresentou um gráfico que poderia gerar certa dificuldade, uma vez que não indicava claramente os valores necessários para determinar parâmetros, aumentando a complexidade dessa questão”, diz Ghiu.
Geometria: “As questões de geometria plana e espacial foram amplas. Figuras como cilindros e cubos apareceram, tanto em planificações quanto no sólido montado, exigindo do aluno a habilidade de transitar entre representações diferentes. Também houve uma questão envolvendo escala, aplicada ao cálculo de área, além de um item sobre projeções, que abordava distâncias no espaço tridimensional (R³) projetadas em um plano”, explica Ghiu.
Razão, Proporção e Análise Dimensional: “A prova trouxe questões de grandezas diretamente e inversamente proporcionais, além de divisão em partes proporcionais. Esses temas se alinharam com competências de razão e proporção, como esperado pelo conteúdo programático do Enem, e reforçaram o domínio de análise dimensional e proporcionalidade”, explica.
Probabilidade e Análise Combinatória: “Houve questões de probabilidade de diferentes níveis, desde mais acessíveis até intermediárias e de dificuldade média-alta. “As questões de análise combinatória seguiram um modelo clássico e esperado, abrangendo temas conhecidos, como combinações e formação de comissões, facilitando a resolução para quem já estava familiarizado com esses padrões”, afirma o professor.
Média, Moda e Mediana: “Como tem sido recorrente nos últimos anos, a prova incluiu questões sobre média, moda e mediana. Essas questões, que abordaram os três índices estatísticos, foram predominantemente de nível fácil a médio-fácil, oferecendo uma abordagem mais direta e acessível aos candidatos”, avalia.
“A prova de matemática do Enem 2024 seguiu um padrão equilibrado, com um nível de dificuldade que deve favorecer os alunos que mantêm domínio sobre temas básicos e intermediários. A distribuição dos conteúdos, ainda que equilibrada, incluiu questões que exigiram análise mais criteriosa, como o gráfico da função exponencial. Em síntese, foi uma prova abrangente, cobrindo temas essenciais com clareza, mas sem trazer grandes surpresas, beneficiando os estudantes bem preparados em conteúdos fundamentais e intermediários”, avalia Sérgio Ghiu, especialista do Sistema Ph.
Dificuldade padrão
Para Ercole Pellicano Neto, professor de matematica do Cursinho da Poli, Todos os assuntos que apareceram na prova foram os esperados e já tradicionais na prova. E o nível de dificuldade foi padrão.
“Alinhado ao padrão esperado do Enem. Prova bem estruturada e acessível, com enunciados claros e detalhados. Um aluno que se preparou adequadamente poderia conseguir uma boa nota. Além disso, havia seis ou sete questões diretas, onde bastava ler o enunciado e escolher a alternativa correta, questões mais fáceis e rápidas de resolver”, avalia Ercole Pellicano Neto.
‘Longa, cansativa e difícil’
Já a professora de matemática Gabriela Maretti, do Descomplica, avalia que as questões da disciplina resultaram em uma prova longa, cansativa e mais difícil do que em 2023. “Não consegui resolver a prova em duas horas”, afirmou Gabriela.
Na avaliação da professora, não houve novidade em relação ao conteúdo dos anos anteriores, mas a prova de matemática foi muito longa e cansativa. Entre outros motivos, por ser uma prova com muitas questões que exigiam cálculos, com muitos dados numéricos a serem considerados em cada item e com enunciados muito longos.
Entre os temas, ela destaca que foram cobrados: geometria espacial, probabilidade, função, combinatória e área de setor circular. “Conteúdos que a gente já está acostumado a ver”, diz Gabriela.
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